Domingo

Sábado a noite é dia de? De se fazer o que se gosta. De se fazer tudo e um pouco mais, até por que amanhã é domingo. E domingo foi feito para não ser feito nada. Ou o menor esforço possível. Domingo é dia de comer frango assado e frio, que sobrou do almoço. De sair para o parque de tarde, bater um papo amigável com os mais próximos ou mais distantes.

Sábado a noite é dia de? De sair jantar na casa dos amigos. Beber até as dez da manhã do domingo. Por que domingo foi feito para não ser feito nada. E não fazer nada é fazer alguma coisa. O que parece bem complicado para um domingo à noite!

Será que ainda sobrou frango? Ele era recheado e nem havia percebido, talvez por que ainda estivesse bêbado, após secar quatro garrafas de vodcas com suco de frutas gelado.

Domingo é dia de ficar de resseca, de ir à igreja, de jogar dominó. E acho que tenho fixação por este dia da semana. Domingo é a minha sinestesia vermelha, quente e familiar. Dia de se jogar na grama, esperar o sol ir embora para contar estrelas. É presságio de que na segunda tem que ser feito o almoço.

Eu preciso tanto assim encher uma folha no domingo? Hoje é meu dia de folga! Meu dia de não fazer nada, fazendo alguma coisa.

Sábado a noite é dia de? Não sei, hoje é domingo!

Dia 15 de Janeiro de 2017, Vinicius Osterer.