domingo, 14 de maio de 2017

Mãe!

Ela chegava em casa perto das seis da tarde. Até o meu cachorro sabia que ela estava chegando. Porque ela tinha disso, emanava luz e fazia as coisas ficarem bem, mesmo quando não estavam (nem mesmo para ela). Fazia um café preto, assistia a novela das seis, mantendo o sorriso e as palavras sobre controle.
Sobre controle. Não era isso que queria escrever. Vou deixar fluir o que me parece ser o mais certo. Já registrei inúmeras das minhas dores, e já vivi muito mais do que o tempo que passamos juntos em plenitude de vida. Por que sabe mãe, você não morreu para mim. Você é a minha poesia e toda a carga de amor envolvida! Mãe a minha mulher preferida! Os melhores 17 anos da minha existência.
Dei muito trabalho na minha infância. O pai ia trabalhar e você ficava com um filho louco da cabeça, que vivia aprontando coisas e mais coisas e não poderia brincar das brincadeiras normais. E meu gênio de cão nunca foi dos melhores. Dias atrás estava relendo os meus cartões da escola onde diziam: “mãe você é feia, mas eu te amo!”, “este cartão em troca de um ovo da páscoa!”, nunca fiz por mal. Era tão bom te ver sorrir. Talvez por isso aprendi a ser tão engraçadão, descontraído e com um humor duvidoso (para quem me conhece), essas coisas te faziam rir! Era um completo divertimento para os meus olhos o seu sorriso...
Todas as suas tantas crises de cólicas, as suas inúmeras vezes que passava vomitando no banheiro, sempre cortavam meu coração. Talvez por isso hoje eu veja as minhas crises de dores e vômitos com mais facilidade.
Apesar de tão calada quando deveria rugir como um leão, você era a própria vontade da vida, a própria vontade do amor e resiliência. E nestes sete anos, meus aniversários (ainda mais quando caem no Dia das Mães), nunca mais foram os mesmos. Parabéns para mim e para você minha Mãe, eu te amo!

Dia 14 de Maio de 2017, Vinicius André.

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