domingo, 4 de junho de 2017

Colorido

Pronto para escrever e não sei por onde devo começar. Porque acho que isso nem mesmo tenha um começo. Não preciso falar sobre o garoto loiro da escola, sobre o menino estranho do ensino médio e sobre o homem de cabelos coloridos. Isso ou alguém já viu ou já ficou sabendo.
Não preciso falar sobre o que aconteceu com aquele jovem sem mãe. Com aquele que em tantas vezes falava tão pouco, mas que nunca desistiu e continua a persistir pelos seus sonhos. Não preciso falar nada sobre o passado. Acho que estou pronto agora.
Pronto para o quê? Para colorir o mês de Junho, o mês colorido de gêneros. Acho que estou pronto agora, estou me deixando levar por esta sintonia antiga, em que traço um objetivo e o busco com clareza de ideias e simplicidade formal. Eliminei a mim mesmo, o principal obstáculo. E não vou lhe dar de bandeja uma informação tão saborosa para os olhos. Quero debandar da filosofia prática para a sua mente. Talvez eu seja um pouco cheio dessas coisas sem função, mas com sentido. Junho colorido. Estou pronto agora.
Você tem uma velha crença, acreditando naquilo que acha o correto. De uma forma ingênua sabe que essa é uma verdade plena. Não comprovado por ser subjetiva e carecer de fatos, que você nunca viu, nem provou e provavelmente nunca irá ver ou provar. Com isso e com uma opinião baseada em crença e achismo, gera um determinado preconceito. Esse preconceito por epigênese começa uma tradição, ligada a tudo aquilo que deve ser o correto e perpetuado através do tempo. Você não para e começa a pensar de forma acrítica. Se aquilo é pregado, aquilo é uma verdade. E se é uma verdade é generalizadora, sem necessariamente basear-se nos fatos.
Pois digo que não. Primeiro por que não sou geral, sou apenas uma série de características construídas pelo meu DNA, meu modo de vida e minha maneira de pensar. Se alguém lhe dissesse que comer merda lhe deixaria imortal, você comeria? E por que algumas pessoas precisam engolir toda a merda baseada em achismo e crença para poder existir? Alguém pode perguntar: você defende alguma causa? Eu posso responder: sim, a causa humana. A natureza não é tão perfeita, e a sociedade destroça alguns pelos seus valores. Mas palavras não devem valer mais do que significados. E grupos não devem ser menos e nem mais dentro de uma sociedade. Utopia? Anarquia? Não. A minha crença. A minha verdade.
Não preciso ver o que você possui de diferente. Preciso ver o que você possui em igualdade de existência. Se acredita ou não naquilo que acredito, se gosta ou não daquilo que eu gosto, se faz ou não aquilo que eu faço, se vive ou não da forma que eu vivo. O que me importa?
Não preciso de um armário para sair. Precisaria de um closet completo pela minha grandeza. Não preciso de uma palavra para me definir. Precisaria de um dicionário completo. E como aquele ditado "essa Coca é Fanta": eu sou colorido, mas não sou uma palavra generalizadora. Não sou uma crença, nem uma opinião, nem mesmo um preconceito. E ainda careço de fontes científicas para ser comprovado. Mas enquanto estiver amando, nunca irei me sentir um derrotado.
Sim. Eu sou o B da sigla! Mas isso não me caracteriza. Sou um pouco mais denso e complexo. Acho que estou pronto agora. Por uma literatura sem gêneros. Por uma sociedade baseada no amor e nos fatos. Não está na hora de construir uma nova tradição de valores?

Dia 04 de Junho de 2017, Vicenzo Vitchella.

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