Pronto
para escrever e não sei por onde devo começar. Porque acho que isso nem mesmo
tenha um começo. Não preciso falar sobre o garoto loiro da escola, sobre o
menino estranho do ensino médio e sobre o homem de cabelos coloridos. Isso ou
alguém já viu ou já ficou sabendo.
Não
preciso falar sobre o que aconteceu com aquele jovem sem mãe. Com aquele que em
tantas vezes falava tão pouco, mas que nunca desistiu e continua a persistir pelos
seus sonhos. Não preciso falar nada sobre o passado. Acho que estou pronto
agora.
Pronto
para o quê? Para colorir o mês de Junho, o mês colorido de gêneros. Acho que
estou pronto agora, estou me deixando levar por esta sintonia antiga, em que
traço um objetivo e o busco com clareza de ideias e simplicidade formal.
Eliminei a mim mesmo, o principal obstáculo. E não vou lhe dar de bandeja uma
informação tão saborosa para os olhos. Quero debandar da filosofia prática para
a sua mente. Talvez eu seja um pouco cheio dessas coisas sem função, mas com
sentido. Junho colorido. Estou pronto agora.
Você tem
uma velha crença, acreditando naquilo que acha o correto. De uma forma ingênua
sabe que essa é uma verdade plena. Não comprovado por ser subjetiva e carecer
de fatos, que você nunca viu, nem provou e provavelmente nunca irá ver ou
provar. Com isso e com uma opinião baseada em crença e achismo, gera um
determinado preconceito. Esse preconceito por epigênese começa uma tradição,
ligada a tudo aquilo que deve ser o correto e perpetuado através do tempo. Você
não para e começa a pensar de forma acrítica. Se aquilo é pregado, aquilo é uma
verdade. E se é uma verdade é generalizadora, sem necessariamente basear-se nos
fatos.
Pois digo
que não. Primeiro por que não sou geral, sou apenas uma série de
características construídas pelo meu DNA, meu modo de vida e minha maneira de
pensar. Se alguém lhe dissesse que comer merda lhe deixaria imortal, você
comeria? E por que algumas pessoas precisam engolir toda a merda baseada em
achismo e crença para poder existir? Alguém pode perguntar: você defende alguma
causa? Eu posso responder: sim, a causa humana. A natureza não é tão perfeita, e
a sociedade destroça alguns pelos seus valores. Mas palavras não devem valer
mais do que significados. E grupos não devem ser menos e nem mais dentro de uma
sociedade. Utopia? Anarquia? Não. A minha crença. A minha verdade.
Não
preciso ver o que você possui de diferente. Preciso ver o que você possui em
igualdade de existência. Se acredita ou não naquilo que acredito, se gosta ou
não daquilo que eu gosto, se faz ou não aquilo que eu faço, se vive ou não da
forma que eu vivo. O que me importa?
Não
preciso de um armário para sair. Precisaria de um closet completo pela minha
grandeza. Não preciso de uma palavra para me definir. Precisaria de um
dicionário completo. E como aquele ditado "essa Coca é Fanta": eu sou colorido, mas não sou
uma palavra generalizadora. Não sou uma crença, nem uma opinião, nem mesmo um
preconceito. E ainda careço de fontes científicas para ser comprovado. Mas
enquanto estiver amando, nunca irei me sentir um derrotado.
Sim. Eu
sou o B da sigla! Mas isso não me caracteriza. Sou um pouco mais denso e
complexo. Acho que estou pronto agora. Por uma literatura sem gêneros. Por uma
sociedade baseada no amor e nos fatos. Não está na hora de construir uma nova
tradição de valores?
Dia 04 de Junho de 2017,
Vicenzo Vitchella.
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