Não.
Escrever com a cabeça não é minha habilidade. Escrevo com as mãos como uma
pessoa normal. Exceto nos casos que escrevo dentro da minha mente, mas logo
coloco tudo com as mãos no papel, com medo que se esvaiam para o cemitério das
palavras e frases perdidas. Será que realmente se perdem?
Sim. Hoje
eu preciso ainda ler um punhado bem grande de coisas da pós-graduação: artigos,
dissertações, ideias e mais ideias... Fazer um punhado bem grande de citações,
de esclarecimentos e coisas que eu devo de uma forma ou de outra comprovar.
Mas, deixei para lá, sentei no computador e me propus a escrever alguma coisa
sobre isso, sobre o livro que acabei de ler de meio dia, aquele que carrega
Geraldo Viramundo e todo o seu mundo. Estou ouvindo aquele Pop Chiclete que me
lembra o adolescente estranho que sempre fui, com espinha no rosto e tudo,
cabelo liso de prancha, uma visão monstruosa do inferno!
Sim. Hoje
eu preciso acabar pelo menos a introdução daquilo que vai ser o meu artigo de
conclusão, mas resolvi fazer um banner bem bonito dos meus livros que estão em
promoção, com a brilhante ideia aleatória “Quem vê capa, não vê coração!”, para
o dia dos namorados, afinal quer algo mais romântico do que a Poesia?
Dependendo de qual é claro, sem generalizações neste ponto. Não só livro de
poesias, qualquer livro com uma história bonita, vai... Sem generalizar um
gênero também (adoro ser redundante!). Tudo que seja mais empírico e não precise de métodos para ser
colocado em prova pela ciência. Que dicotomia!
Escrever para
o meu coração é uma coisa. Escrever para a minha cabeça é outra. Meus miolos
não processam as informações, e não sei nem mais sobre o que estava falando...
Ah sobre essa tal dicotomia, mas quero mudar de assunto, estou Viramundo ao
extremo no dia de hoje.
Isso está
me deixando louco, mais até do que já sou, mas tem dado certo. Publicações em
dia, trabalhos da pós-graduação em ordem, artigo em processo de fabricação...
Sem contar com o outro artigo que peguei para escrever. Tem
o trabalho de paisagismo para uma amiga de longa data, a louça da pia para
lavar, um celular problemático que, ainda bem, não liga mais (sobra mais tempo
para as coisas), a revisão, de todo conteúdo que já aprendi na vida, para o
Enem (quero fazer Letras ano que vem), esse punhado de coisas que habita minhas
ideias mentais...
E as
ideias do coração que não param de pipocar... Meu livro que está surgindo por
completo, delineando os meus pensamentos do fim da tarde, quando saio para
espairecer e caminhar, dando uma volta no lago. Coloco tudo no papel, mais
precisamente uma página em branco do word (acabou minhas folhas, e nem para
isso tenho dinheiro, é a vida!) depois dos meus vinte minutos de mantra, para
desligar a cabeça e colocar o coração no lugar.
O bom
disso? Me vejo com 24 anos, sabendo o que quero, sabendo o que não quero,
participando de concursos, fazendo vestibulares, programando minha agenda para
não me perder (me perdendo um pouquinho), lendo de tudo um pouco, pintando os
cabelos de vermelho, ouvindo a música que eu gosto, com alguns livros de
poesias publicados (mesmo que por mim mesmo). Com ideias vindo e vindo, como
uma torrente de informações. E ainda tenho tempo para rir, para ler o que
gosto, para sair beber com amigos, para fazer minhas orações e apreciar a vida nas suas sutilezas.
Sim. Hoje
eu preciso fazer um punhado de existência! Não que eu precise de todas essas
coisas, mas essas coisas precisam necessariamente de mim para existir. O que
não seria de mim sem as planilhas, as agendas e as anotações? Esqueci de tomar
as minhas vitaminas! Isso não precisa de lembrete, ou precisa? Um dia ainda
quero virar o louco dos papeizinhos coloridos, até lá vou pintando meus
cabelos.
Dia 07 de Junho de 2017,
Vicenzo Vitchella.
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