quarta-feira, 7 de junho de 2017

Escrever Com a Cabeça

Não. Escrever com a cabeça não é minha habilidade. Escrevo com as mãos como uma pessoa normal. Exceto nos casos que escrevo dentro da minha mente, mas logo coloco tudo com as mãos no papel, com medo que se esvaiam para o cemitério das palavras e frases perdidas. Será que realmente se perdem?
Sim. Hoje eu preciso ainda ler um punhado bem grande de coisas da pós-graduação: artigos, dissertações, ideias e mais ideias... Fazer um punhado bem grande de citações, de esclarecimentos e coisas que eu devo de uma forma ou de outra comprovar. Mas, deixei para lá, sentei no computador e me propus a escrever alguma coisa sobre isso, sobre o livro que acabei de ler de meio dia, aquele que carrega Geraldo Viramundo e todo o seu mundo. Estou ouvindo aquele Pop Chiclete que me lembra o adolescente estranho que sempre fui, com espinha no rosto e tudo, cabelo liso de prancha, uma visão monstruosa do inferno!
Sim. Hoje eu preciso acabar pelo menos a introdução daquilo que vai ser o meu artigo de conclusão, mas resolvi fazer um banner bem bonito dos meus livros que estão em promoção, com a brilhante ideia aleatória “Quem vê capa, não vê coração!”, para o dia dos namorados, afinal quer algo mais romântico do que a Poesia? Dependendo de qual é claro, sem generalizações neste ponto. Não só livro de poesias, qualquer livro com uma história bonita, vai... Sem generalizar um gênero também (adoro ser redundante!). Tudo que seja mais empírico e não precise de métodos para ser colocado em prova pela ciência. Que dicotomia!
Escrever para o meu coração é uma coisa. Escrever para a minha cabeça é outra. Meus miolos não processam as informações, e não sei nem mais sobre o que estava falando... Ah sobre essa tal dicotomia, mas quero mudar de assunto, estou Viramundo ao extremo no dia de hoje.
Isso está me deixando louco, mais até do que já sou, mas tem dado certo. Publicações em dia, trabalhos da pós-graduação em ordem, artigo em processo de fabricação... Sem contar com o outro artigo que peguei para escrever. Tem o trabalho de paisagismo para uma amiga de longa data, a louça da pia para lavar, um celular problemático que, ainda bem, não liga mais (sobra mais tempo para as coisas), a revisão, de todo conteúdo que já aprendi na vida, para o Enem (quero fazer Letras ano que vem), esse punhado de coisas que habita minhas ideias mentais...
E as ideias do coração que não param de pipocar... Meu livro que está surgindo por completo, delineando os meus pensamentos do fim da tarde, quando saio para espairecer e caminhar, dando uma volta no lago. Coloco tudo no papel, mais precisamente uma página em branco do word (acabou minhas folhas, e nem para isso tenho dinheiro, é a vida!) depois dos meus vinte minutos de mantra, para desligar a cabeça e colocar o coração no lugar.
O bom disso? Me vejo com 24 anos, sabendo o que quero, sabendo o que não quero, participando de concursos, fazendo vestibulares, programando minha agenda para não me perder (me perdendo um pouquinho), lendo de tudo um pouco, pintando os cabelos de vermelho, ouvindo a música que eu gosto, com alguns livros de poesias publicados (mesmo que por mim mesmo). Com ideias vindo e vindo, como uma torrente de informações. E ainda tenho tempo para rir, para ler o que gosto, para sair beber com amigos, para fazer minhas orações e apreciar a vida nas suas sutilezas.
Sim. Hoje eu preciso fazer um punhado de existência! Não que eu precise de todas essas coisas, mas essas coisas precisam necessariamente de mim para existir. O que não seria de mim sem as planilhas, as agendas e as anotações? Esqueci de tomar as minhas vitaminas! Isso não precisa de lembrete, ou precisa? Um dia ainda quero virar o louco dos papeizinhos coloridos, até lá vou pintando meus cabelos.



Dia 07 de Junho de 2017, Vicenzo Vitchella.

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