Não é
sobre o recorde de prêmios recebidos, nem pela quantia em dinheiro. Não é pela
matéria do jornal, nem pelos parabéns recebidos. Nem sobre os drinks, e os
sorrisos e felicitações. Nem sobre o sentimento de orgulho que embalou as paredes
sagradas da minha residência.
Não é por
aquela coisa que você sempre espera, nem pela carga emocional do momento, nem
mesmo por você passar uma quarta em êxtase, deitado no chão da
cozinha com uma garrafa de vinho do seu lado.
Acho que é
sobre a labradorita que comprei em um evento de carros antigos, e sobre a
sensação de pagar onze reais em um restaurante pouco conhecido, com pessoas
pouco conhecidas como eu.
É sobre
aquilo tudo que não se descreve, nem se fabrica, nem se coloca em forma
sistêmica nas linhas retas, palavras atrás de palavras, folhas atrás de folhas,
livros atrás de livros. Mas está ali, virando a esquina em um sorriso, perdido
dentro do abraço roubado e das trocas de mensagens pelas redes sociais, com
emojis coloridos e muitas palavras, quando se deve falar menos.
É sobre
fazer com sentido, sem forma. É sobre escrever o que vier na cabeça. Sobre tudo
o que poderia ser e não é, que poderia ter mais não tem, que poderia parecer e
não se parece. Sobre a causalidade e consequência dos fatos.
Dia 08 de Outubro de 2017,
Vicenzo Vitchella.
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