Não
discuta com um menino de vinte e um anos, diz o poeta para mim mesmo que tento
entender. Um menino de vinte e um anos (o poeta me diz que eu bem sei sobre
isso, já tive esta idade), ainda é um menino de vinte e um anos, idealizando a vida
dos sonhos, escondendo arestas. O poeta diz: vai falar sobre a constelação mais
longe, ainda não vista por Carlos, Vinicius, Ferreira... Vai poeta vagabundo,
busca no fundo dos oceanos o que não foi descoberto, prove a existência do
monstro do lago Ness, mas não prove a sua palavra, ela não precisa ser provada.
Não
discuta com um menino de vinte e um anos, porque ele ainda é um menino, não
sabe o que é se chamar homem. Por ser frágil, delicado e sozinho, ele ainda não
sabe diferenciar o que é certo e errado. Então, eu paro. Quem está escrevendo
agora é o poeta? Ou o meu sentimento de ranço, misturado com a coisa toda que
mais detesto encarnada? Para. Respira. Escreve:
O céu é
tão azul!
Para.
Respira. Descreve:
Os olhos
todos são coloridos sem fim!
Pronto.
Aqui está o poeta novamente. Prove? Palavra por palavra. Duas pessoas paradas
em um carro dão o que falar. Mas, então prove! Não quero, não preciso provar. O
mundo real não é científico, um poeta não é exato. Um poeta é simbólico, e eu
sou simbólico de fato! Minha obsessão por carros e violência se deve a isso.
Tocando “Bitch Better Have My Money” da sequência do seu pendrive, voltando do
posto de gasolina, da conveniência em que fomos comprar cigarros.
Então
prove! Não quero provar nada. Já tive uma prova e não gostei do que provei. Não
gostei da mesma forma de outra poesia, em que disse que não gostava de você
como não gosto de frutas secas e uvas passas (isso me veio na cabeça pelo
Natal).
Não
discuta com um menino de vinte e um anos. Ele é apenas um menino. O poeta
também é um menino, mas quem escreve já é homem formado, não na faculdade, nem
na pós-graduação. É homem formado por assumir riscos e responsabilidades, mesmo
quando não são executados.
Não
discuta com um menino de vinte e um anos, não por não ter argumento (o poeta
aqui deixa bem claro, que todos os anos – dois para ser mais preciso – que
entrou na sua meca sagrada nacional, serviram para ser argumentativo ao
extremo, piorando a minha tendência taurina natural de ser do contra), mas por
saber que não se teima com uma criança, o poeta vive com uma de três anos que
garante que o cachorro abriu a porta da geladeira e pegou um pote lá de dentro!
Então
prove? Provar o quê? Provar o passado? Não meu querido, não mesmo. Eu sou poeta
e não historiador.
Dia 03 de Novembro de 2017,
Vinicius Osterer.
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