Sem ter
medo. Sem ter receio. Sem ter vergonha. Expondo a cara. Não fugindo da minha
própria existência. É assim que ganho mais odiadores nas redes sociais, na vida
cotidiana. Porque eu existo nem que seja para ser um estranho, deslocado, que é
demasiadamente um sonhador e pouco idealizador. Sou um transgressor coercitivo,
isso está no meu sangue, dentro da minha carga genética de DNA, que é
metabolizada pelo RNA a todas as minhas células do corpo.
Nessa Ágora
Moderna de opiniões rasas, onde se encontram os nossos filósofos modernos? Onde
estão as interrogações? Do quê? Que forma? Quem? Por que? Ainda vivemos dentro
do Mito da Caverna? Algumas palavras ainda existem dentro do mito. Dentro daquilo
que eu acredito ser e não é. Deveríamos nos atentar para alguns fatos. E não
posso me isentar da sociedade em questão, assim como a ciência social não é tão
imune. Minha própria sociedade está vivendo o caos e a desordem. E coloco minha
opinião vazia e ignorante sobre esta tecla massante: uma palavra, um time, o
que você queira intitular, vale mais do que um caráter?
Onde eu
quero chegar? Primeiro: somos sim de um mesmo time, o time da humanidade, da
raça humana. Segundo: opção sexual não mede caráter, não mede atitudes a se
cometer, não mede absolutamente nada. Isso é uma condição física, genética, onde
a pessoa gosta ou não gosta daquilo que sua mente, interconectada com seu
corpo, a faz sentir, amar e desejar. Terceiro: eu não preciso ser um fator social,
mas preciso existir em sociedade, nem que seja para fazer absolutamente nada
(não esperando resultados, o que parece ser bem óbvio).
Sem ter
medo. Sem ter receio. Sem ter vergonha. Expondo a cara. Isso é o que eu sou. E eu
sou um punhado bem grande de matéria formada por pequenos átomos, com diversos
sistemas, órgãos e um punhado bem grande de cabelos ressecados pela coloração. Tenho
uma forma estranha: dois braços, duas pernas, todas alongadas e magras, com uma
cabeça circular que guarda minha melhor caixa de segredos e mistérios. Quem me
fez assim? Posso dizer que em parte a genética, em parte Deus, em parte a
sociedade, e em parte eu mesmo. Porque minha existência se fez necessária,
assim como a sua existência e a de todos os que se foram e os que ainda estão
chegando.
Se a
epigênese existe, não permita que a sociedade o transforme em um alimento
industrializado. Exista e se faça acontecer. Sem rótulos, sem razões para
colocar pesos em palavras que não significam absolutamente nada. Que não
caracterizam de forma igualitária nenhum ser humano. Você não é uma palavra, você é a existência que dá a si mesmo. Não se transforme em uma opinião de rede
social, se transforme em uma pergunta sem resposta.
Onde eu
quero chegar? Em lugar nenhum. Esse é o lugar que eu mais gosto.
Dia 29 de Maio de 2017,
Vicenzo Vitchella.
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